sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Máfia do Apito

O blog não serve apenas para falar de Austrália. Volta e meia iremos abordar outros assuntos também....como o que segue.

Retirei a seguinte coluna do Jornal Correio do Povo (Porto Alegre, 22 de Agosto 2009) cujo autor é Hiltor Mombach.

Nem o futebol escapa...

"Máfia do Apito Está na Folha de São Paulo: "Foi encerrada ontem pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a ação penal sobre a máfia do apito, acusada de fraudar 11 jogos do Campeonato Brasileiro de 2005. Os setes réus do processo, entre eles o ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho, não serão sequer julgados. Os desembargadores Fernando Miranda e Francisco Menin já haviam votado pelo trancamento da ação. Faltava ainda o voto de Christiano Kunz, que ontem seguiu os outros dois e também decidiu pelo fim do processo... A alegação do advogado de Fayad, Eduardo Silveira Melo Rodrigues é que as provas em posse do Ministério Público não configuravam crime, argumentação que acabou sendo aceita pelos desembargadores. Os grampos telefônicos e a confissão de Edilson Pereira de Carvalho não foram levadas em conta. O Ministério Público ainda pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, mas as chances de reviravolta no caso são remotas..."

Em 26 de setembro de 2005, o juiz Edilson Pereira de Carvalho, pivô do escândalo de esquema de manipulação de resultados do futebol brasileiro, disse no depoimento à Polícia Federal que havia mais árbitros suspeitos de envolvimento. A informação foi veiculada pela Folha.

No dia 2 de Outubro de 2005, o presidente do Superior Tribunal de Justiça Deportiva (STJD), Luiz Zveiter, anunciou a anulação dos 11 jogos apitados pelo árbitro Edilson Pereira de Carvalho no Campeonato Brasileiro. Na reedição dos jogos, o Internacional acabou prejudicado, e o Corinthians sagrou-se campeão da competição.

Vejam: as provas em posse do Ministério Público não configuravam crime. Então, não tivemos crime. Não tivemos nada. Se não tivemos nada, como explicar a remarcação dos jogos? Mas os jogos foram remarcados e o Inter prejudicado. Se os jogos náo fossem remarcados, o Inter seria o campeão. Se não tivemos crime, se não tivemos nada, os jogos não poderiam ter sido remarcados, mas como foram remarcados, o justo, agora, seria punir quem os remarcou, voltar tudo atrás, e declarar o Inter campeão. Estou estarrecido. Remarcaram 11 jogos por nada. Não sou eu a dizer isto. É o Tribunal de Justiça de São Paulo.

De um dos desembargadores que atuou no caso: "Li nos jornais que o Corinthians ganhou do Internacional com dois gols irregulares (jogo de quarta feira, dia 19/08). Nem por isso alguém vai ser processado por roubo". Então, náo tivemos roubo algum em 2005. Se não tivemos roubo, nem crime, alguém está na obrigação de explicar a remarcação dos 11 jogos, fato que determinou o título para o Corinthians, então financiado pela MSI de Kia Joorabchian, braço direito do magnata russo Boris Berezovski, acusado de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha."

Lamentável....

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